domingo, 30 de novembro de 2008

Prosseguimento da indagância



Pois morremos. É certo.

Assim, por quê viver?

Para ser feliz.

Como podemos ser feliz?

...

A felicidade é encontrada em vários lugares, de várias maneiras. A felicidade surge desde um afeto amoroso até a morte de outrem. O fato é que a felicidade vem, desmedida, sem avisar. Não precisa de esforço para tal. Porém, também é fato que, da mesma maneira que ela vem, ela vai.

Aí há esforço em mantê-la.

Como mantê-la? Da mesma maneira que a felicidade vem, a tristeza vem. Desde um afeto amoroso até a morte de outrem. E. assim, é o ciclo - felicidade, aflição, felicidade, tristeza, felicidade... Às vezes mais feliz, às vezes mais triste.

E então?

A busca em mantê-la pode ser a resposta de porque muitos agem dentro da etiqueta, ética e moral, mesmo sem tornar isto consciente. Caso assim não seja, por que um "desacreditado" (quem não crê em vida após a morte) agiria de tal maneira? Não há razão/motivo/causa para tal - a não ser algum tipo de condicionamento.

Aí surge os condicionamentos. Quem são eles? O que eles fazem conosco?

O que eles fazem é fácil: Nos mostram falsas verdades, nos iludem a agir de tal e tal maneira, independente de certo ou errado, bem ou mal. Este condicionamento existe em todos, mesmo nos crentes (de existência pós vida). Sendo assim, a opção para ambos (ou seja, "paratodos") é a seguinte: quero eu estar condicionado ou não? Isto mantém minha felicidade?


athato anartha jijnasa.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008



Enfim, o retorno.

Prezo pelo fato. A redescoberta de algo que sempre fora presente, porém oculto. Definitivamente, a necessidade da escrita para quem tende a ser escritor é tal qual a necessidade do peixe de estar dentro da água, ou da existência do limite para compreender o ilimitado.

Retorna com sede de vida, que preferível compreender "sede de morte". Não fatalista, nem fatídica. É a observância do inevitável, que define e propõe com mais vigor a existência. Pois é assim: "para quem nasce, a morte é certa" (Hagakure).

Cada instante é um instante a menos. Cada segundo de vida é um segundo mais perto da morte. Pois, se assim o é, "para qual fim irei morrer?" deve ser a questão. Entre os emaranhados de pensamentos, podemos encontrar a raiz de todos os desejos: prazer. É a busca incessante, para quem aceita reencarnação, para quem nada aceita. O desejo de desfrutar, de sentir prazer, de ser feliz, é o impulso original.

Pois bem, que feliz sejamos.


...

Mas por que a felicidade não permanece? O que retira o desfrute do desfrutador? Será que existe níveis de prazer? Por que a felicidade não vem por qualquer ação? Deveria vir o prazer de algum lugar?

Um fato: ser feliz é uma arte. Por detrás da arte há o artista.
Que seja. Athato ananda jijnasa: Agora vamos indagar àcerca da bem-aventurança. Para que assim, a morte seja a conclusão vitoriosa de toda a vida.